A complexa vida de Maria

Thasciane Caiel

Há algum tempo, comecei a procurar sobre a literatura contemporânea brasileira e sempre faltava por onde começar. E foi em uma conversa despretensiosa, que uma amiga indicou “se deus me chamar não vou”, da escritora Mariana Salomão Carrara.

Mariana é paulistana, defensora pública e publicou em julho de 2019, pela Editora Nós, seu livro “se deus me chamar eu não vou”, narrado pela introspectiva, sonhadora, solitária e reflexiva Maria Carmem.

A personagem principal, e narradora, tem 11 anos e escreve sua perspectiva do ano que, segundo a própria, tem “a pior idade de todas”.

Tudo começa com o incentivo da professora, ao perceber que a garota tem bastante familiaridade com a escrita, o que a deixa estarrecida; afinal: “seria possível alguém não saber escrever?”

É de maneira leve, mas não leviana, que Mariana constrói os dramas da pré-adolescente. Acompanhando a trama pela perspectiva da menina, nos percebemos por vários momentos criando conjecturas para desfechos de suas descobertas - o que muitas vezes nos são frustrados: dando o tom de profundidade e até mesmo espanto no desenrolar da história. Entre problemas recorrentes, banais e outros tantos atípicos, conseguimos nos conectar com os medos e descobertas de Maria Carmem.

Um dos grandes aspectos positivos da leitura é exatamente esse: a capacidade de Mariana nos conectar com sua narradora, mesmo se utilizando de uma narrativa com linguagem simples: com vocabulário de uma menina de onze anos.

Durante o ano de Maria choramos, nos preocupamos e, por vezes, nos reconhecemos na personagem. Tal qualidade delata: “se deus me chamar eu não vou” tem profundidades que são inerentes a todas as faixas etárias. O que ocorre é que muitas vezes estas nos passam despercebidas quando esquecemos de olhar como se fosse a primeira vez para o cotidiano.

 

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Décio Oliveira Elias,
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