Terra, planeta lixo

Léo Ustárroz

O Planeta Terra, que nos versos de Guilherme Arantes já foi “Planeta Água”, caminha a passos largos para se transformar no “Planeta Lixo”.

O modelo de produção usado desde a Revolução Industrial consiste em transformar a natureza em lixo. Para quem não acredita, sugiro a esclarecedora leitura de “Capitalismo Natural”, de Paul Hawken. De fato, as cadeias de produção nos oferecem quaisquer tipos de produtos para o bem-estar material, que, mais tempo menos tempo, dependendo do nível de reciclagem, serão descartados como lixo.

Essa revolução teve a indústria como causa de significativas mudanças econômico-sociais, ao substituir a manufatura artesanal pela industrial. Desde então, com novas máquinas, processos e tecnologias, a capacidade de desenvolvimento material da humanidade expandiu-se como se não houvesse limites. Vale lembrar que, a partir da revolução industrial, destruiu-se mais natureza do que em toda a história anterior da humanidade. E o produto final desse modelo pode ser visto nos aterros e lixões existentes em qualquer aglomeração humana, mas também nos mares, onde não há humanos.

Por alguns séculos, houve farta disponibilidade de capital, mão de obra e recursos naturais, os clássicos fatores de produção, embora o capital natural venha declinando rapidamente, apresentando já sinais de esgotamento. Por capital natural, entende-se o conjunto dos conhecidos recursos usados pela humanidade, especialmente os organismos e sistemas vivos que permitem a vida humana neste planeta.

Muitos desses recursos estão se deteriorando num ritmo sem precedentes, em velocidades maiores do que a capacidade de sua regeneração natural.

A nova revolução que já se apresenta tem como protagonista a Natureza. Se, de um lado, sobra capital financeiro e trabalho, de outro, o capital natural decresce rapidamente, e os limites da prosperidade deixam de ser determinados pela capacidade industrial ou tecnológica, mas pelo conjunto dos recursos naturais.

Cabe lembrar que de janeiro a julho de 2018 a população mundial consumiu todos os recursos que a natureza renovou no ano inteiro, e esse consumo, dia a dia, está sendo transformado em lixo.

O consumo continuado acima da capacidade de produção da terra e o descarte da quantidade gigantesca de lixo que ainda sobra após a separação do reciclável inviabilizará nossa maneira de vida no planeta. Aos navegantes, aviso que não me refiro ao consumo necessário, aquele que garante e melhora a vida humana, mas o consumo supérfluo, desnecessário, irresponsável.

 

Comentários:

Envie seu comentário

Preencha os campos abaixo.

Nome :
E-mail :
Cidade/UF:
Mensagem:
Verificação: Repita os caracteres "270406" no campo ao lado.
 
  

 

Voltar
Um projeto da Metamorfose Cursos

DEPOIMENTOS

"Fiquei muito satisfeito com o conteúdo da Oficina. Minha experiência com escrita, agora vejo com maior clareza, era inteiramente prática ou intuitiva e, certamente, passível de ser substancialmente melhorada. Gostei muito da orientação obtida através da Oficina e, em particular, da tua avaliação do material dos desafios."

Décio Oliveira Elias,
Rio de Janeiro, RJ

mais depoimentos

 

Para Oficina de Criação Literária

 

 

 

curso desenvolvido pela

 

 

 

conheça o professor
Marcelo Spalding