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Livro para presidente
Paulo Tedesco
E chegamos à reta final das eleições de amplo alcance no Brasil. Elegeremos deputados estaduais, governadores, deputados federais, senadores e o presidente da República. Isso num paÃs continental feito o nosso, que sem dúvida nos torna uma das maiores democracias do mundo, e possivelmente única, nesta dimensão, com voto direto e por via eletrônica. Logo, preciso reconhecer que não é pouco, não é nada pouco.
Pois nessas eleições o que está em jogo, além do tradicional e necessário rodÃzio de nomes no poder, ou melhor, nos poderes, além da manutenção da periodicidade como marco democrático, está o debate de fundo sobre a importância do estado, do aparelho estatal e burocrático para o paÃs.
Sim, é fácil se enganar, nomes, homens fazendo mãozinha a atirar em inocentes, gente maluca aproveitando os milésimos de segundo de fama, general aposentado dando pitaco, tudo termina por turvar o que realmente importa e o que realmente vem como moldura principal do debate: afinal, queremos um estado mÃnimo para alguns e máximo para outros, ou queremos um estado mais atuante e promotor da economia que beneficie uma ampla maioria?
O tal estado mÃnimo dos neoliberais, provado está que é uma falácia, das grandes, pois traduz estado mÃnimo para os pobres e trabalhadores que terão de pagar mais e mais por saúde, educação, e na mesma página um estado máximo para financiar aventuras comerciais e financeiras de poucos milhardários e oligarquias midiáticas e comerciais.
O estado atuante, por sua vez, também é alvo de debates, não havendo um consenso sobre ele, porém sua necessidade e importância, para um paÃs que vivenciou um golpe de estado e viu os números sociais piorarem como nunca antes, mostra que não há outra saÃda a não ser defender a importância de um aparelho público que defenda e invista enormemente onde de fato se faz a diferença: saúde, educação, cobrança de impostos atrasados e taxação verdadeira de grandes fortunas.
Certo, e o que tudo isso tem a ver com o livro? Qual linha de defesa do livro nesse debate?
É bom lembrar que muitas das maiores economias capitalistas do ocidente, são também grandes investidoras de capital público no mundo do livro, pensando sempre na defesa da sua cultura e promoção da ciência e educação, o Brasil, portanto, não pode, nem deve ser diferente.
E não são polÃticas de renúncia fiscal e doação financeira para projetos estranhos o assunto da presença do estado, o que importa, nesse 2018, é se o Brasil ainda conseguirá voltar a incentivar a leitura e o ensino através da aposta no seu setor editorial e livreiro (bibliotecário, por consequência), ou se seguirá pelo caminho non sense adotado pelo atual governo fantoche que prefere investir e proteger capital financeiro ao invés de polÃticas públicas consistentes e consequentes.
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"Fiquei muito satisfeito com o conteúdo da Oficina. Minha experiência com escrita, agora vejo com maior clareza, era inteiramente prática ou intuitiva e, certamente, passível de ser substancialmente melhorada. Gostei muito da orientação obtida através da Oficina e, em particular, da tua avaliação do material dos desafios."
Décio Oliveira Elias,
Rio de Janeiro, RJ
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