Dia destes, precisei pesquisar no Google alguns exercícios de Ciências Naturais. Não sabia se ainda permanecia este título para o conteúdo programático desenvolvido nas escolas. Me informaram que o nome mudou - agora é Ciências da Natureza -, se é que fui informada com exatidão. Mas constato, pelos exercícios encontrados, que a mudança foi só esta - o nome da matéria.
Selecionei alguns exercícios com perguntas e respostas. Imprimi e alcancei ao pai que me solicitou ajuda pois precisava estudar com a filha sobre o sistema de respiração e o sistema urinário - conteúdo do 5º ano do Ensino Fundamental -, que seria avaliado no dia seguinte.
Então acabei me dando conta de como o ensino de Ciências (talvez aconteça o mesmo com História e Geografia) ainda procede da mesma maneira - tradicional e desinteressante - como foi no passado. Antes da Internet, antes da tecnologia avançada que temos hoje a nosso dispor e ao dispor dos mestres.
Faço uma ressalva. Acompanho, pela imprensa, escolas criando e desenvolvendo projetos fantásticos, valendo-se de toda sorte de instrumentos da área tecnológica. Abraçando o progresso naquilo de útil e inovador que traz para a humanidade e para o espaço geográfico.
São estas escolas as merecedoras de aplauso. Só que estas ainda constituam destaques mínimos dentro do cenário educacional, nos entristece.
A decoreba em relação a nomes dos diversos órgãos que fazem o trânsito do ar e dos líquidos no organismo é o que é avaliado através dos tais exercícios. Também lecionei no Ensino Primário, hoje com o novo nome de Ensino Fundamental, e meu interesse era priorizar o sistema e sua importância, seu percurso saudável no organismo, o que poderia acarretar de dificuldades no trânsito inadequado.
Os nomes podem ser encontrados na Internet (na época eu falava que estavam nas enciclopédias) e seria possível consultar pela vida afora, havendo interesse particular. Em história, as datas associadas a nomes igualmente constituem outro tanto de decoreba. Hoje a tecnologia pode, sem desmerecimento do livro de exercícios, facilitar a pesquisa e a consulta de modo mais apropriado e interessante. Memória não segura por muito tempo o conteúdo decorado.
Ensinar a ler, e ao ler, consultar, e ao consultar, aprender. Nesta ordem se orienta o ensino-aprendizagem. Numa sociedade que oferece livros impressos e digitais e ainda textos informativos em abundância, o aprender a utilizar-se das ferramentas digitais, tanto para o aluno quanto para o professor, é primordial.
Crianças e jovens conquistam, cada vez mais, o espaço digital em joguinhos e outras especulações. E nenhum professor detém todo o saber, e por todo tempo. Daí a importância de se dotar o aprendiz, ao invés de decorar nomes e datas, aprender a consultar, compor e experimentar. A buscar o conteúdo, a dissipar dúvidas, a redescobrir. Qual a razão para o mestre não se valer deste imenso espaço de busca e compartilhar a essência do aprendizado, junto aos seus alunos? Este, o real ensinamento na atualidade.