O filme Barbie está criando uma grande agitação nas redes. Quem de nós em algum momento da vida não se encantou com a vida glamorosa e colorida da Barbie? O rosa se tornou símbolo do feminino e da vida colorida que a mulher deveria ambicionar.
Houve um tempo, inclusive, que algumas mulheres se submeteram a vários procedimentos estéticos para ficarem parecidas com a boneca. Um tanto assustador, inclusive. E, isso tudo fomentado por uma sociedade capitalista e patriarcal.
Surgiram vários estudos científicos acadêmicos em universidades como UFSC, UNB e UFRGS tentando ter uma maior compreensão desse fenômeno que fez parte do imaginário de tantas meninas que desejavam uma vida semelhante a da boneca.
Hoje, volta à mídia e às telas do cinema uma nova versão da boneca.
Desconstruída, madura e convicta da potência do feminino, é assim que Barbie é apresentada nas telas pela diretora Greta Gerwing após ser expulsa de Barbieland e partir para o mundo real, cheia de contradições, em busca do seu autoconhecimento.
De forma irreverente, abusando da metalinguagem, Barbie se posiciona contra o sistema no qual está inserida, buscando dar voz às mulheres contra os abusos do patriarcado e da sociedade consumista. Sociedade essa que escraviza as mulheres ditando como se vestir, o que consumir, quais as medidas ideais, a idade e por aí afora.
É uma crítica bem-humorada a esses valores obsoletos que o patriarcado insiste em conservar e a forma como o capitalismo tenta cooptar as pessoas. E é através dessa crítica que nos brinda com reflexões importantes e necessárias para o século que estamos vivendo.
Vamos ver qual o efeito dessa nova versão da Barbie. Ela acessará nas mulheres o desejo de autoconhecimento? Despertará a autoconfiança feminina para se colocar no mundo, no seu lugar de direito? Abordará a maturidade feminina e a idade como uma nova etapa da vida e não como o momento de se tornar invisível?
Respostas a essas e outras tantas indagações nos ajudam a repensar o mundo cor de rosa e principesco que ainda hoje está presente na vida de tantas de nós.