Miragem
 



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Miragem

Renato Tardivo


Criança, não entendia por que era a última vez. A mosca, contudo, ainda varre os dedos da mãe, assombrando-o e matando-lhe um pouco a saudade.

Anos depois, na cortina molhada pelo poente, um vulto. “Mãezinha”, ele diz. Mas é a madrasta quem chega, chinela em punho. Pancadas marcam a miragem.

As surras passaram a cinta, vara, relho. Apaixonou-se pela madrasta. Com a morte do pai, casaram-se. Selou um pacto com a culpa e o castigo.

 

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