Todo pretenso escritor um dia se enche de coragem e submete seus textos a crítica. Primeiro na família ou para os amigos que geralmente acham tudo maravilhoso e inflamam o ego do autor. Depois alguém diz que seria bom render-se a uma análise de forma anônima, pois muitas pessoas não suportam ver seus erros apontados frente a frente.
A melhor forma de viabilizar isso é através de um concurso. Nos concursos usamos pseudônimos para manter em sigilo a identidade dos inscritos e muitas vezes seria melhor manter em segredo também a identidade dos juízes, já que isso protegeria a vida de muitos
de nós, ou pelo menos nos pouparia de olhares fulminantes e ódios perpétuos.
Brincadeiras a parte, acreditem que quando aceito participar de uma comissão julgadora de concurso literário, faço isso com o maior
profissionalismo e embora a maioria das comissões sejam remuneradas não faço isso só pelo dinheiro, claro que é bom ter um trabalho remunerado, é o ideal de todos que executam qualquer tarefa, mas acho importante também colaborar usando o conhecimento que adquiri este tempo em que estou envolvida com a literatura. Assim como acredito que todo escritor deve incentivar a leitura e a escrita, a leitura não só dos livros dele.
Ser jurado não é nada fácil, muitas vezes aceitamos pensando em um número aproximado de textos e calculamos um tempo
para lê-los e analisá-los, quando chegam os escritos, o número é assustadoramente maior. Não adianta reclamar, arregaçar as mangas e ler. Coloco-me do lugar de quem escreveu e espera toda a atenção.
Muitas vezes os textos são muito ruins e fico com vontade de dar umas dicas, fazer correções, mas não posso, nem sei quem são os autores e nunca saberei.
Participar de concursos, e vencer é muito bom, porque tem o prêmio em dinheiro que o vencedor pode usar nos seus projetos literários individuais, como seu primeiro livro e porque terá seu texto publicado junto com outros bons textos que muitas vezes são de todo o estado ou país e assim seu nome terá uma boa circulação. É um prêmio indireto.
Perder não é o fim do mundo, pois embora seja óbvio não nos damos conta quando somos derrotados que uma série de fatores está em jogo. Primeiro que o nível dos inscritos pode ser muito uniforme e fica difícil escolher apenas três em um grande número, depois a escolha sempre será um reflexo da opinião da comissão e muitos famosos hoje já foram preteridos uma ou mais vezes.
Parabenizo então todos os corajosos que participam de concursos, como escritores ou comissão julgadora e também as instituições
que promovem e patrocinam os concursos. É assim que o mundo gira, nas nossas escolhas, derrotas ou vitórias, criticas e elogios.
Simpática análise. Os concursos literários tem, para mim, a nobre missão de manter vivo o interesse das pessoas pela escrita criativa. São um ótimo termômetro para quem começa na carreira literária, um incentivo. Mas senti falta de uma reflexão sobre certa indústria de concursos literários alimentados por editoras de fundo-de-quintal, muito comuns em outros estados, nos quais o interesse da editora parece ser apenas ganhar dinheiro de inscrição dos participantes e, posteriormente, da cota de participação que os "premiados" pagam para serem incluÃdos em antologias de valor questionável e pouquÃssima divulgação. Ao mesmo tempo, alegra-me ver pessoas com esse espÃrito profissional e correto - oxalá sejas escolhida para o júri de mais e mais concursos literários Brasil afora! Um abraço! Robertson Frizero, Porto Alegre/RS15/12/2010 - 12:09
Os comentários são publicados no portal da forma como foram enviados em respeito
ao usuário, não responsabilizando-se o AG ou o autor pelo teor dos comentários
nem pela sua correção linguística.
Os cursos online da Metamorfose Cursos aliam a flexibilidade de um curso online, que você faz no seu tempo, onde e quando puder, com a presença ativa do professor.