Louca por homem é título do livro da escritora Claudia Tajes. A personagem Graça a cada novo namorado transforma-se, assumindo características da personalidade do amado, acreditando que isso fará o relacionamento dar certo. Ficção que muitas vezes imita a realidade. É natural que por admiração os casais copiem valores um do outro, até mesmo sem querer, começam a gostar de coisas que nunca apreciaram antes, mudam a maneira de vestir, experimentam sabores e diversões e até se afastam dos amigos de antes para curtir mais um ao outro.
Os casais de muitos anos de casamento ficam parecidos, adivinham pensamentos e desejos um com o outro, pressentem atitudes do companheiro.
Também há casos de completa falta de personalidade, onde um se anula totalmente para ser amado. Não faz nada para contrariar o parceiro, com medo de perdê-lo. O que jamais resistirá por muito tempo, pois essa monotonia enjoa qualquer um. Isso era mais comum há muitos anos quando as mulheres eram mais submissas aos homens.
Lembro-me de uma história que uma amiga me contou, da tia dela, que obedecia ao marido ao extremo e ele abusava disso, dava ordens como a um cachorro e não tolerava nenhuma intransigência. Ele tinha uma goiabeira no quintal que resultava em um trabalho danado na época das frutas, pois quem limpava o pátio era ela, que nunca reclamou. Quando o tio ficou doente e veio a falecer todos acharam que ela ficaria perdida, pois não sabia pensar sozinha. Porém, na chegada do enterro, ela trocou de roupa e cortou a goiabeira.
Dali para frente passou a viver a vida da sua maneira. Não teve força para abdicar do amor que ainda sentia por ele enquanto era vivo e teve medo de enfrentar a sociedade, mas não abriu mão da oportunidade de ser feliz.
Conheço muitas mulheres diferentes e admiro a maneira como elas fazem suas opções de relacionamento. Como agem com seus parceiros, suas táticas para manter o relacionamento feliz. Não quero puxar a brasa para o meu assado, mas as mulheres sabem muito bem a hora certa de se impor ou tirar o time de campo. Os homens diriam que não, que elas vencem pelo cansaço quando querem impor suas vontades e opiniões e que eles preferem concordar a brigar. Talvez alguns.
Escolher entre ser feliz a ter razão é uma característica feminina e não é para fugir da discussão ou para não perder o parceiro. Mordaças não combinam com um mundo onde homens e mulheres têm valor pelo que são como pessoas e o respeito que tem pelo próximo, mas na ficção é muito divertido e o livro da Claudia é ótimo.
Um primor, Analinda. Adoro esse seu jeito de escrever, sou seu fã.
Beijabrações
www.luizalbertomachado.coma.br LUIZ ALBERTO MACHADO, Maceió - AL15/05/2010 - 16:36
Ana teu texto me remete para a difÃcil arte da convivência, e me renovou uma pergunta:-Vive-se melhor com quem se convive bem? ou com quem a gente ama,mas não sabemos conviver? Francisco Tourrucôo, Porto Alegre12/05/2010 - 09:21
O eterno feminino tem suas artimanhas, um filme que retrata de forma muito inteligente,e deixo a sugestão: Tudo pode dar certo com Woddy Allen. vale a pena ser visto. adriana veiga, Cachoeirinha10/05/2010 - 19:21
Como me considero preconceituosa quanto ao "eterno feminino", não fosse esta resenha da Ana Mello, ficaria longe deste livro só pelo tÃtulo que, reconheço, deve ser atrativo para muitas. O texto da Ana, coloca os pingos nos is e desfaz preconceitos como o meu. Desejo que atraia muita gente, loucas e sensatas. Angela Schnoor, Rio de Janeiro10/05/2010 - 18:38
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